Jejum (do original Hebraico é Tsom e do original Grego é Nesteía), ambos significam rito cultual relativo às atividades religiosas. A palavra “Jejum” é um verbo no particípio. Iremos responder cinco perguntas importantes, relacionadas ao jejum, a saber: O que é jejum? Qual é a origem do Jejum? Para que o jejum? Quais são os tipos de jejum? Como fazer um jejum?
Jejum segundo Aurélio é a abstinência, total ou parcial, de alimentação ou bebidas em determinadas horas, ou dias, por penitência ou prescrição religiosa ou médica. Quando diz abster-se é o mesmo que conter-se, refrear-se, privar-se de alimento como; açúcar, carne, óleo entre outros, de bebida; alcoólicas, refrigerantes etc. o jejum tem sido praticado pela humanidade em praticamente todas as épocas, nações, culturas e religiões.
Até o nono século antes de Cristo o povo de Israel não praticava o jejum como ato religioso. Somente guardava o dia da expiação e, consequentemente, manifestava aflição da alma ficando sem alimentação e sem a prática de qualquer tipo de atividade (Nm 29.7).
O primeiro jejum que foi praticado como ato religioso, registrado nas páginas do Antigo Testamento, aconteceu no reinado de Acabe, no reino do Norte, por determinação de sua esposa gentia, pagã, idólatra, inimiga dos profetas de Deus, Jezabel. Diante da sua obstinação em tomar a vinha de Nabote para que Acabe a pudesse possuir, Jezabel ordenou que fosse proclamado um jejum nacional sob a alegação mentirosa de que Nabote havia blasfemado contra Deus, ordenando que fosse apedrejado depois de ter sido acusado falsamente por dois filhos de Belial (1Rs 21.1-16). Ou seja, a terrível Jezabel foi quem convocou o primeiro jejum do povo de Israel, interligando-o com o nome de Deus como se estivesse praticando um ato de justiça divina, mas que era, na realidade, uma manifestação pecaminosa da sua malignidade.
Com base nisto, aprendemos que em uma Seita herética pode haver algo bom, como por exemplo: A administração e o sigilo na Congregação Cristã no Brasil são invejáveis; Às sete horas da manhã, aos Domingos na Igreja Católica Romana, não falta chegar mais ninguém; As estratégias e o ânimo para evangelizar das Testemunhas de Jeová são extraordinários; Moisés aderiu aos métodos de administração de seu sogro Jetro.
O jejum pode ser com finalidade espiritual ou até mesmo medicinal, visto que o jejum traz tremendos benefícios físicos, como por exemplo: (a) Desintoxicação que produz no corpo; (b) Enriquece os ossos com cálcio; (a) Limpa o sistema digestivo; (a) É o único método eficaz contra a obesidade; e etc.
Mas nosso enfoque é o jejum bíblico. Sem dúvida, é uma arma poderosa para o cristão. O jejum não muda a Deus. Ele é o mesmo antes, durante e depois do nosso jejum. Mas, jejum mudará a nós. O jejum não tornará Deus mais bondoso ou misericordioso para conosco, ele está ligado diretamente a nós, à nossa necessidade de romper com as barreiras e limitações da carne. O jejum deixará nosso espírito atento, pois mortifica a carne, aflige nossa alma e fortalece o espírito.
Na Bíblia Sagrada aprendemos três tipos de jejum, a saber: Normal, Absoluto, e Parcial.
Este jejum é aquele que se abstém de todos os alimentos sólidos e líquidos, exceto água. Jesus jejuou quarenta dias. A expressão "depois teve fome" indica supostamente que Ele absteve-se de alimento, mas não de água. Podemos compreender com isso que abster-se de água por quarenta dias requer um milagre. Jesus sendo tentado no deserto estava simbolizando o homem carnal sofrendo na sua tentação. Logo, não poderia exemplificar essa situação aproveitando-se da sua natureza divina e empregando o milagre de suportar a ausência da água por tão longo período. Contudo, nós vemos na Bíblia pessoas na presença de Deus há exatamente quarenta dias, sem comer nada nem beber água, mas precisamos entender que houve milagre divino em tal situação, porque estavam pessoalmente como Senhor (cf. Deuteronômio 9.9).
Este jejum compreende aquele onde nem alimento sólido, nem líquidos e nem água fazem parte. É o caso onde, biblicamente, não se aconselha ir além de três dias, pois até os médicos afirmam que o corpo humano sofre terrível desidratação sem água neste período. No contexto de Ester, é convocado todos os judeus para um jejum coletivo sem alimentos e sem água, mas por um tempo de três dias apenas. Caso semelhante vemos na experiência de Paulo (Atos 9.9). Ultrapassando o período de três dias de jejum sem água é aceitável apenas sob intervenção sobrenatural, como na situação de Moisés que vimos anteriormente, por exemplo (cf. Êxodo 34.28). De igual modo o caso de Elias, onde este recebe intervenção divina para suportar um longo caminho de quarenta dias sem água (I Reis 19.5-8).
Lembrando de que os palestinos são acostumados alimentarem pouco, e poucas vezes por dia. Fator que lhes proporciona maior capacidade para jejuar. E quanto aos brasileiros que comem muitas vezes ao dia, e comem bastante, tem menos capacidade para jejuar um tempo maior. O nosso organismo não tem tanta capacidade para ficar sem comer por muito tempo. Mas o jejum é realizado de acordo com a capacidade de cada pessoa, de maneira que ninguém pode ser comparado por outrem.
Daniel fez isso, certa feita. Cortou da sua dieta "manjar desejável" ao seu paladar por três semanas. Seguramente este tipo de jejum pode ser aplicado à pessoas que tem problemas de saúde na região do aparelho digestivo, por exemplo, ou por quem já tem avançada idade. Segundo pesquisadores, Daniel tinha entre 80 e 92 anos nessa época e por isso achou mais inteligente naqueles dias cortar apenas alguns itens da sua alimentação diária, ao invés de jejuar sem alimentos e água.
Este jejum é indicado para tais situações: (a) Pessoas que tem úlcera nervosa, onde o estômago não pode ficar totalmente vazio, ou outra doença; (b) Em casos trabalhistas, onde a pessoa precisa mesmo jejuar, mas que atividade que exerce, exige muita força física; (d) Jejuns por vários dias, lembrando de que, em caso de casais é preciso combinar com o (a) parceiro (a) conjugal a abstinência da prática do sexo nesses dias. Caso for de comum acordo entre ambos, faça o jejum parcial por tais dias, se não for de comum acordo não faça; (c) Obreiros (a) que precisa mesmo jejuar, mas que também precisa fazer visitas, onde não é recomendado rejeitar um café e etc. para não ser interpretado (a) como desfeita.
Cinco fatores são necessários para a realização de um jejum. Que são: Causa, Propósito, Oração inicial, O jejum propriamente dito e Oração de conclusão.
Pr. João Domingos Soares de Oliveira